quarta-feira, 30 de março de 2011

Carta ao povo macaense

Hoje eu vou falar de vida. E lembrar belas histórias dessa Macaé. Quando ainda era adolescente, abrigado nos grupos de jovens da minha cidade e protegido pelo manto da religião, que na época era a única forma de discutir política, imaginava quando poderia fazê-la com o prefeito Carlos Emir.

Como eu militava na esquerda, assim como ele, enquanto alguns faziam manifestos para proibir os Ciep`s, que ele trouxe para o município, nós fundamentalmente o apoiava.

Tempo passou e tive a oportunidade de reencontrar Carlos Emir, não como político, mas como médico. Nesta época, ele cuidou da figura mas expressiva da minha família, meu vô Christino, mais conhecido como Moreno. Foi no afago, junto ao médico Carlos Emir, que meu avô faleceu. E esse cuidado, não foi privilégio só da minha família e sim de muitas outras da minha cidade.

Deixei Macaé e fui militar em outros municípios. E quando retornei, pude conviver mais de perto e realizar o sonho de discutir política com o Carlos Emir. Pude conviver muito próximo com a Tânia, o Júnior e a sua irmã. Me orgulho de ter assistido junto com ele, no Estádio Cláudio Moacyr, o nosso Flamengo jogar.

Infelizmente enquanto isso, alguns, bem longe da nossa cidade, ficam criticando as administrações passadas. E agora choram a sua perda. E também a grande perda de oportunidade de aprender que a cidade precisa caminhar para frente, com olhar no futuro.

Obrigado por ter me ensinado isso!

A cidade não perdeu você para a morte. E deveria celebrar a sua vida. Por isso, usarei um trecho do texto do nosso xará Carlos Drumond de Andrade para homenagear a sua trajetória: “Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse : Vai, Carlos! ser gauche na vida”.



De Carlos Gilberto da Silva

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